V.D 2014
Depoimento
Querida Aline,
Aqui estou, depois de alguns meses para lhe agradecer e receber minha alta.
No dia que cheguei aqui, estava realmente precisando muito de ajuda, nossa e como foi difícil perceber e entender isso. Confesso que ao iniciar o tratamento, muitas vezes cheguei a pensar em desistir, por acreditar que nada seria capaz de me fazer tirar a CNH, e você tão delicada e carinhosa, sempre me mostrava que desistir não seria a solução e sim minha maior frustração. E foi assim que fui ganhando forças para enfrentar meu medo e seguir em frente com nossos atendimentos.
Até que em um dia você me disse que já era a hora, a minha hora de enfrentar o tão temido exame de rua. Nesse momento, só conseguia pensar em tudo que todas as pessoas falavam do tal dia: “cuidado, tem muito examinador grosseiro, chato”, enfim, só pensamentos negativos que por alguns segundos quase me fizeram desistir do meu sonho, mas tomei consciência e lembrei de todas as coisas que você me dizia e a mais marcante foi: “Acredite em você, você é capaz”, nessa hora respirei fundo e fui, nesse mesmo dia passei na auto escola para marcar a data do exame. E assim foi, depois de duas tentativas frustrantes anteriormente, essa era a primeira em que eu realmente me senti diferente e algo incrível aconteceu, fui APROVADA!!! Uma sensação quase impossível de descrever, uma mistura de alegria, euforia, vontade de gritar, de sair correndo na rua, mas me segurei e fiz questão de te ligar na mesma hora, pois sabia que você, mais do que ninguém entenderia o que eu sentia.
Finalmente consegui a minha tão sonhada habilitação. Obrigada por tudo!
Aline, tem um poema do Guimarães Rosa que diz exatamente o que o tratamento representou para mim.
“Olhar para trás após uma longa caminhada pode fazer perder a noção da distância que percorremos, mas se nos detivermos em nossa imagem, quando a iniciamos e ao término, certamente nos lembraremos o quanto nos custou chegar até o ponto final, e hoje temos a impressão de que tudo começou ontem. Não somos os mesmos, mas sabemos mais uns dos outros. E é por esse motivo que dizer adeus se torna complicado! Digamos então que nada se perderá. Pelo menos dentro da gente...”
Um abraço forte